Observando os últimos livros que andei comprando, comecei a perceber que desenvolvi um gosto por textos autobiográficos. Por mais egocêntricos que estes autores possam ser, é bom identificar alguma coisa naquela vida, naquela história, com a minha própria trajetória, ou quem sabe imaginar como teria sido se eu tivesse passado por tais situações.
Gosto disso, eles escrevem sobre si mesmos, muitas vezes sequer disfarçam trocando nomes de seus personagens, assim como eu aqui escrevo. Mas as pessoas só querem ler coisas positivas, histórias de ficção com final feliz, flores amarelas, corações, vidas em cor de rosa. Por isso esse blog não tem leitores, (fora os amigos que nas minhas fases de maior carência são praticamente forçados a ler e comentar) pois não perco tempo me esforçando para agradar a esse público "Caio F. Abreu" .
Estou muito cansada dessa falta de realidade. Será que essas pessoas são mesmo felizes o tempo todo? Que coisa mais chata essa pregação de positivismo combinada com autoajuda motivacional. Confesso que às vezes preciso ler algo que me faça sorrir e acreditar... acreditar no amor, na felicidade pura e simples, em dias melhores. Mas acredito ainda mais que o melhor vem de mim. Minha felicidade depende muito mais do meu esforço e comprometimento com meus próprios sonhos que com o acaso. Eu faço por mim mesma, eu corro atrás do que me motiva, realiza e torna mais feliz. Sejam amigos, lugares ou momentos.
A riqueza material nunca foi uma motivação, mas não tarde demais me dei conta que ela é necessária para alcançar meu bem maior: a liberdade. Essa independência tão urgente e necessária. Não tardará e conseguirei alcançá-la. Mas até lá, não esperem ver por aqui mensagens de otimismo e fofuras de um amor idealizado. Se o agora é um penoso e árduo caminhar, continuarei a expor essas feridas, e secar o suor nas folhas de papel. E ignorar toda essa avalanche de arco-íris e borboletinhas enjoativas. Eca.
gente feliz também me cansa, aliás, não gosto de gente boazinha demais, doce demais, meiga demais, INHA demais, perfeitinha demais. Não me apetece beleza simétrica, o que não desperta vontade ou curiosidade.
ResponderExcluirMas eu gosto do Caio, o problema é que ele virou clichê nos gosto do senso comum, pq todo mundo acha que a ferida é única mas acaba generalizando dessa forma, criando uma enorme banalização do próprio sentimento.